segunda-feira, 27 de maio de 2013

Poema do mestre.

SONETO LXXXVIII

William Shakespeare

Quando me tratas mau e,
desprezado,
Sinto que o meu valor vês
com desdém,
Lutando contra mim, fico a
teu lado
E, inda perjuro, provo que
és um bem.
Conhecendo melhor meus
próprios erros,
A te apoiar te ponho a par
da história
De ocultas faltas, onde
estou enfermo;
Então, ao me perder, tens
toda a glória.
Mas lucro também tiro
desse ofício:
Curvando sobre ti amor
tamanho,
Mal que me faço me traz
benefício,
Pois o que ganhas duas
vezes ganho.
Assim é o meu amor e a ti
o reporto:
Por ti todas as culpas eu
suporto.

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